Na superfície do azul brilhante do céu, tentando a custo manter as asas numa dolorosa curva, Fernão Capelo Gaivota levanta o bico a trinta metros de altura. E voa. Voar é muito importante, tão ou mais importante que viver, que comer, pelo menos para Fernão, uma gaivota que pensa e sente o sabor do infinito.
E verdade, que é caro pensar diferentemente do resto do bando, passar dias inteiros só voando…
E verdade, que é caro pensar diferentemente do resto do bando, passar dias inteiros só voando…
Quando Fernão Capelo Gaivota se juntou ao bando na praia era já noite cerrada. Está tonto e tremendamente cansado. Apesar disso, não resistiu ao prazer de voar para terra e de aterrar. "Quando souberem do triunfo", pensava, "ficarão loucos de alegria. Como vale a pena agora viver! Em vez da monótona labuta temos uma razão para estar vivos! Podemos subtrair-nos à ignorância, podemos encontrar-nos como criaturas excelentes, inteligentes e hábeis.
Podemos ser livres!
PODEMOS APRENDER A VOAR!"
Aqui será a areia fina...a falésia... onde, entre voos, poisarei para descansar e meditar, e depois voltar a voar entre o azul do céu e do mar...
[excerto de Fernão Capelo Gaivota de Richard Bach]
[fotografias tiradas num fim de tarde de Setembro, em Angeiras]
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